sexta-feira, outubro 28, 2005

Probleminhas

Pessoal, tive que me ausentar por ocasião de falecimento de um familiar querido de 1º grau. Segunda, estou de volta.

sábado, outubro 22, 2005

Off de impresso

Minha gente, vou ficar off até quarta, pois estou no RJ para a Caravana Antonio Negri, como vocês sabem. Palestro no evento (que terá a presença do filósofo) na terça pela manhã. Um dia antes, pela manhã, tem um monte de palestrante negriano. À noite, o próprio Negri. Na noite de terça, outra palestra no Globo, onde lança os livros Multidão e Global (Com Giuseppe Cocco). Hj, sábado, dá a sua primeira conferência, em Nova Iguaçu, a Cariacica do RJ. Bom que seja lá.

Vou fazer matérias e postar no blog de jornalismo digital. Aguardem!

Agora, post, aqui, só na quarta. Bye!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Exposição do Rossoni

Hj tomei coragem e rompi minha fadiga em "andar na Ufes" (é tudo longe!). Mas fui a exposição Olhares (des)comprometido, do Rodrigo Rossoni, na Galeria de Arte e Pesquisa. Gente da melhor qualidade. Confesso que pensei que iria chegar lá e iria ver fotos corriqueiras do dia a dia das crianças do assentamento dos sem-terras.

Ao contrário, o trabalho de narrativa visual de Rossoni é bárbaro. Sai emocionado. As fotos não possuem mediação, um olhar estranho. Elas revelam, em uma nudez do olhar, símbolos do cotidiano das criança com um tom muito afetivo, muito subjetivo. Dá saudade de ser criança, dá saudade da mãe e do pai, dá alegria e tristeza, às vezes a gente quer rir com as imagens, outras, chorar com a história de luta do MST, dá saudade do filho, dá vontade de refletir sobre a situação da criança, do país e do mundo infantil. Tudo sem ser piegas e nada de clichês barato.

Um trabalho importante para os fotojornalistas: as fotos das crianças revelam uma possibilidade de reconversão do olhar sobre o MST, sobre a criança e seu mundo.

Um bom trabalho de curadoria de Rossoni. A terra, o lar, o caminho, o descaminho, a mulher, a afetividade, tudo retratado.

Indico.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Cara nova!

Estava olhando pra aquela interface e odiando. Sei lá, talvez não sou seja fã do azul. Gosto dessa interface. Uso-a tb como padrão para o blog de jornalismo digital q tenho. Assim estou criando um irmão gêmeo. Será que vou ter problema de identidade? I hope so, but...

Vou ter que refazer os links, mas tudo bem... Por falar em tudo bem, me deu vontade de ouvir Legião.

A dica de Ricardo Kotscho

Considerado um dos maiores jornalistas brasileiros, Ricardo Kotscho deu uma entrevista ao Observatório da Imprensa. Ótima, por sinal. Há um trecho legal de ser colocado aqui:

O jornalista virou um "mero preenchedor de formulários, um lavrador de boletins de ocorrência"? É o que você afirma em "Esse bicho estranho chamado de repórter", no livro Cartas do Brasil...

R. K. – Essa é a regra, mas há exceções, como em tudo. Em cada redação, você encontra gente disposta a brigar para fazer uma matéria, uma reportagem, viajar, sonhar, insistir... De uma forma geral, acho que as pessoas estão muito acomodadas, estão muito burocráticas, falta tesão. E o grande lance da imprensa de hoje é a denúncia. Qualquer coisa é papel, qualquer dossiê, qualquer fita. Eu nunca fui disso. Sempre gostei de sair com um fotógrafo, um motorista e ir atrás...

Está aí o conselho.

terça-feira, outubro 18, 2005

Hoje é dia de Mil coisas para fazer

Essa semana estou me virando em muitos. Hoje dei aula e vim direto para minha bat caverna estudar. Mil coisas a fazer: aulas para dar e planejar, provas para corrigir, amigos para telefonar, trabalhos da Universidade para se envolver... além da minha gripe... E mais: na semana que vem participo de um debate no RJ. O filósofo Antonio Negri chega na cidade maravilhosa e, eu, como um bom negriano, participarei da caravana. O italiano vai dar uma palestra no dia 24, no Capanema, no Centro carioca. E eu participo de uma mesa sobre Governança Global das Redes e o Novo Direito Público do Trabalho Compartilhado.

Então esta semana estou preparando um paper provisório denominado O poder da comunicação das redes livres. Vou abordar o fenômeno wiki, jornalismo open source e wi-fi livre.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Entrevista não é conversa

Hj à tarde, lendo material de arquivo jornalístico para a tese, li algo que pode interessar a muitos. Trata-se de uma historinha sobre uma matéria da folha em que os jornalistas Getulio Bittencourt e Haroldo Cerqueira Lima, sem gravador e sem papel, conseguiram redigir uma a entrevista bombástica com ex-presidente João Figueiredo. Detalhe, os assessores do ex-chefe do SNI ligaram "p da vida", quando leram a entrevista na Folha. Acusavam os jornalistas de o terem gravado escondido. Legal, né. Os caras ganharam o prêmio Esso. Abaixo a história:

" Ministro-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), Figueiredo se preparava para suceder ao presidente Ernesto Geisel. Recebeu os jornalistas às 16h40 do dia 4, em seu gabinete no Palácio do Planalto. Logo de cara, avisou: "O que nós vamos ter aqui é uma conversa, não uma entrevista". Os repórteres, se quisessem, poderiam relatar o diálogo no jornal. Só que não podiam anotá-lo nem gravá-lo.

Na manhã seguinte, a primeira manchete _"Exclusivo: fala Figueiredo". No dia 6, a segunda: "Privatizar é tarefa difícil". Dividida em duas partes, a "conversa" com o general se estendeu por um total de quatro páginas. E saiu na forma de "pingue-pongue" (perguntas e respostas completas). Quem leu tudo experimentou, sim, a sensação de uma entrevista _informativa, dura e franca, em que Getulio e Haroldo não raro discordavam de Figueiredo.

Assessores do militar não gostaram nada de ver o general retratado de maneira tão crua. Telefonaram de imediato para a direção da Folha. "Não questionavam o conteúdo da conversa, que expressava exatamente o que ocorrera no encontro, mas diziam que os repórteres haviam enganado Figueiredo, que o gravaram às escondidas", lembra Boris Casoy, 60, o então editor responsável do jornal. "Acontece que Getulio _um jovem promissor de 26 anos_ transcreveu as frases de memória, com uma precisão assombrosa." Batia os trechos à máquina, e Haroldo ia conferindo.

A façanha _que rendeu à dupla o Esso de Jornalismo, o principal prêmio da categoria_ soa mesmo inverossímil. A entrevista somava 111 intervenções dos repórteres, contando perguntas e contra-argumentos. Extensas, algumas respostas de Figueiredo incluíam vários números.

"Acredite: realmente reproduzi a conversa de cabeça", sustenta Getulio, 49, mineiro de Tarumirim, que hoje edita o site "Panorama Brasil". "Desde menino, treino muito a memória. Já cheguei a decorar a filmografia inteira do diretor John Ford, com mais de cem títulos. Sabia o nome dos atores, dos roteiristas e dos músicos de cada produção."

A entrevista tipo "tudo de bom"

A aula foi bacana. Gosto da turma. É aquela típica turma apaixonante. Muita gente inteligente, participativa e estudiosa (jabazinho! pra vc meu aluninho de Jornalismo Impresso). Como diria Sávio, agora é sério:

A aula foi estruturada em duas partes. A primeia sobre a entrevista tipo perfil humanizado. Trabalhei com a entrevista que rolou no sábado sobre o perfil do arquiteto e professor da Ufes Augusto Alvarenga. A partir dela a reflexão baseou-se na idéia de que o jornalismo é seriedade. Não é oba-oba! E que fazer uma boa entrevista tem relação com alguns fundamentos:

— Do qual é a sua sensação para qual é a sua análise: não caía no estilo do colunismo social espetacular. Opte por perguntar a sua fonte como ela analisa o mundo. Sensação é coisa de drogado. Claro, nada de levar tudo a ferro e fogo, há casos (um esportista que ganha uma medalha) que a sensação é a notícia. Mas mesmo assim a sensação de uma vitória é indescrítivel. Nesse caso então opte por perguntar como o esportista fez pra conseguir ou chegar a vitória.

— Fazer o perfil é mostrar um pensamento inscrito numa trajetória de vida. O que a fonte afirma sobre o mundo. Qual é o seu posicionamento, o que ela subverte. Não caía na tentação do exibicionismo. Muitas fontes só querem 15 minutos de fama. OU 15 segundos. Sabe que não lembro se é 15 min ou seg?!

— Cultive a sua fonte. Seja respeitoso, mas tb sedutor. A credibilidade surge da capacidade do jornalista dar visibilidade ao pensamento subversivo da fonte.

— Na hora de redigir a entrevista, há o estilo clássico. Narrar o perfil a partir da lógica linear: passado, presente e futuro. É algo meio fúnebre, mas é o padrão. Uma boa forma de fugir do estilo linear é coletar pensamentos subversivos da fonte. Discuti-lso e aprofundá-los. Quando vc tem esse material, pode adotar uma narrativa que discute mais as idéias do personagem (fonte) e menos a sua "história de sucesso". Ah! se for escrever pra Caras, é óbvio que vai valer mais à pena a história de sucesso.

Ah!!! falo da segunda parte da aula em outro post!

Promessa

Hoje fui dar aula com "nariz entupido" e espirrando pra caramba. Parei na farmácia e tomei uma coristina. Meu dia melhorou bastante. Acabei por conta da gripe, ficando uma semana meio off aqui no blog. Promessa: atualizar diariamente.

PS: tem um galo perto do meu apartamento. Que isso! Vi agora. Moro num lugar cheio de prédio, uma selva de pedras. E agora vem esse galo. Já não aguento aqueles bicicletas que fazem propagandas com uma caixa de som que rompe qualquer ambiente civilizado. Agora, galo, pelo amor de Deus!



segunda-feira, outubro 10, 2005

Ancelmo Gois é processado

O colunista Ancelmo Gois, do Globo, acaba de receber uma notícia nada boa: um processinho nas costas. Isto porque noticiou um sigilo de justiça. Se condenado, pode pegar até seis anos de xadrez.

Pergunta que não quer calar: se quem guarda o sigilo é a justiça, como a informação chegou para Gois? De alguém da justiça, logo... quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

A classe organiza campanha contra o processo.

Entrevista não é monólogo

A entrevista é um gênero fino do jornalismo conteporâneo. Por meio dela, o jornalista é capaz de criar um rico diálogo com a fonte, que se posiciona, que denuncia, que esclarece, que reage, que polemiza, enfim, que se destaca a partir de idéias ou denúncias divulgados massivamente.

Há que se ter sempre um posicionamento firme com a fonte. Atenção e questionamento para testar o limite de determinados posicionamentos do entrevistado. A boa entrevista então é um diálogo rico.

Contudo, com o advento do email, muitos jornalistas transformaram a entrevista em um verdadeiro monólogo. Passa-se uma listinha de perguntas para o entrevistado (que responde o que quer), que racionaliza uma resposta, montando um discurso coeso (já editado). Cabe o jornalista só colocar os "contra-planos", fingindo criar uma interação dialógica. Quem sai perdendo é o leitor, que percebe que aquilo que seria um consenso gerado a partir do diálogo, torna-se palavras de ordens monolíticas feitas pela fonte.

O jornalista cede então a lógica do espetáculo. Cede a tentação do título fraseado (q muitas vezes não diz nada com nada).

Bom jornalista interpreta muito, opina pouco e contesta muito.

Por favor, salvem a entrevista!!!!

terça-feira, outubro 04, 2005

Entrega de matéria do Alex

Quero um texto de 500 caracteres, no máximo. É... eu sei, é quase nada. Mas dizem que o jornalismo é pra quem tem poder de síntese. Detalhe: nada de papel. O texto deve ser postado aqui. É só ir em comentar e inserir o texto de vocês.

Próxima aula [06/10]: entrevista

A próxima aula, na quinta, o tema será a entrevista jornalística.

O texto é da Cremilda Medina. Não esqueçam de ler!

Calendário de aula / outubro

03. A Prática do Jornalismo Impresso: presença de convidado

06. A entrevista como prática e como gênero jornalístico
Aula expositiva sobre Entrevista


10 e 13. A entrevista como prática e como gênero jornalístico
Texto: A entrevista. Cremilda Medina


17. A entrevista como prática e como gênero jornalístico
Texto: A entrevista. Cremilda Medina

20. Convidado para ser entrevistado [faz parte da primeira avaliação da disciplina]

24 e 27. Produção de Entrevista

31. A Reportagem: Produção de Pauta, Apuração e Edição Jornalística
Texto: A Prática da Reportagem. Ricardo Kotscho

A palestra do craque Alex

Importante a presença, na sala de aula, do jornalista de esporte de A Gazeta Alexsandro de Oliveira . É bom pq associa teoria-prática; aproxima alunos e professor com o mercado de trabalho; e tira curiosidades da rapaziada sobre o funcionamento da profissão.

Acredito q dá pra tirar, da palestra, algumas morais (puts! essa palavra é terrible!):

— o jornalismo é uma atividade marcada pelo "olhar atento". Não é uma profissão para preguiçoso. Quem for se enveredar para o caminho da edição, deve ser meticuloso.

— Um bom editor não pode ser dependente do repórter. Deve estar atento antes, durante e depois do fato acontecido. Há informações que o repórter esquece de apurar, é normal, e o editor pode salvar essa mancada.

— O editor não é um burocrata. Planeja, pesquisa e pauta o repórter.

— As redações estão cada vez mais reduzindo o seu quadro de profissionais. Sofre mais quem faz trabalho de máquina. Isto pq inventam máquinas que acabam substitundo determinada atividade.

— As notícias nacionais de esporte são muito parecidas nos jornais capixabas, pq as agências que fornecem as matérias são as mesmas. As matérias, em geral, são sobre futebol (o tema mais lido da editoria, por motivos óbvios, né).

— Quem quer atuar em esporte, deve ter texto mais pronunciativo (texto "ciretes") e ter noções básicas de que o Brasil é um país de futebol, é penta campeão de soccer e que o melhor jogador da última copa não foi Ronaldinho.

— Falta mulher nas redações de esporte. A mulherada se entimida ou o esporte é coisa de macho?

Mais morais da história, please! Alguém comenta.


domingo, outubro 02, 2005

O convidado misterioso

O jornalista Alexsandro de Oliveira, 27 anos, filho do grande treinador da Desportiva, Zuza, é o nosso convidado para a aula da próxima segunda, dia 04. O periodista já passou pela redação do Notícia Agora, onde ficou de 2000 a 2003. Atualmente o cara é editor adjunto de esporte de A Gazeta. Nas horas vagas, come bastante manga, sua fruta preferida. Não é muito chegado em iatismo, considerado por ele o esporte que nunca tem notícia: aliás, há só quando o Robert Sheidt vence. Torcedor do Flamengo e do Rio Branco (para o desespero do pai), De Oliveira namora com a jornalista Daise Torres, do NA. Não é Narcóticos Anônimos, mas Notícia Agora.

A aula de segunda vai ter o seguinte roteiro:

1. Entrevista sobre a atividade jornalística na redação de A GAzeta.

2. A trajetória do nosso rio-branquense.

3. Produção de notícia conduzida pelo ilustre bam bam bam do esporte.

Para quem se interessar, há um texto bacana no wikipedia sobre jornalismo esportivo