segunda-feira, outubro 17, 2005

A entrevista tipo "tudo de bom"

A aula foi bacana. Gosto da turma. É aquela típica turma apaixonante. Muita gente inteligente, participativa e estudiosa (jabazinho! pra vc meu aluninho de Jornalismo Impresso). Como diria Sávio, agora é sério:

A aula foi estruturada em duas partes. A primeia sobre a entrevista tipo perfil humanizado. Trabalhei com a entrevista que rolou no sábado sobre o perfil do arquiteto e professor da Ufes Augusto Alvarenga. A partir dela a reflexão baseou-se na idéia de que o jornalismo é seriedade. Não é oba-oba! E que fazer uma boa entrevista tem relação com alguns fundamentos:

— Do qual é a sua sensação para qual é a sua análise: não caía no estilo do colunismo social espetacular. Opte por perguntar a sua fonte como ela analisa o mundo. Sensação é coisa de drogado. Claro, nada de levar tudo a ferro e fogo, há casos (um esportista que ganha uma medalha) que a sensação é a notícia. Mas mesmo assim a sensação de uma vitória é indescrítivel. Nesse caso então opte por perguntar como o esportista fez pra conseguir ou chegar a vitória.

— Fazer o perfil é mostrar um pensamento inscrito numa trajetória de vida. O que a fonte afirma sobre o mundo. Qual é o seu posicionamento, o que ela subverte. Não caía na tentação do exibicionismo. Muitas fontes só querem 15 minutos de fama. OU 15 segundos. Sabe que não lembro se é 15 min ou seg?!

— Cultive a sua fonte. Seja respeitoso, mas tb sedutor. A credibilidade surge da capacidade do jornalista dar visibilidade ao pensamento subversivo da fonte.

— Na hora de redigir a entrevista, há o estilo clássico. Narrar o perfil a partir da lógica linear: passado, presente e futuro. É algo meio fúnebre, mas é o padrão. Uma boa forma de fugir do estilo linear é coletar pensamentos subversivos da fonte. Discuti-lso e aprofundá-los. Quando vc tem esse material, pode adotar uma narrativa que discute mais as idéias do personagem (fonte) e menos a sua "história de sucesso". Ah! se for escrever pra Caras, é óbvio que vai valer mais à pena a história de sucesso.

Ah!!! falo da segunda parte da aula em outro post!